Spartania

Espartania: A Antiga Cidade-Estado dos Guerreiros

Se você está interessado em história antiga, provavelmente já ouviu falar de Esparta, a cidade-estado famosa por suas proezas militares e cultura feroz. Mas você sabia que Esparta também era conhecida como Espartana, ou Lacedemônia, na antiguidade? Neste artigo, exploraremos a fascinante história, sociedade e legado desta lendária civilização que moldou o curso da civilização ocidental.

Introdução

O que era Espartania?

Spartania era uma cidade-estado proeminente na Grécia antiga que existiu desde o século 10 aC até o século 2 aC. Foi um dos estados mais poderosos e influentes do mundo grego, especialmente durante o período clássico (séculos V-IV aC), quando liderou a resistência grega contra as invasões persas e travou uma longa guerra com sua rival Atenas.

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Onde se localizava Espartania?

Espartana estava localizada na região da Lacônia, no sudeste do Peloponeso. Foi construída nas margens do rio Eurotas, que lhe forneceu água doce e terras férteis. O vale do Eurotas era uma fortaleza natural, cercada por montanhas em ambos os lados: o Monte Taygetus a oeste e o Monte Parnon a leste. Ao norte, a Lacônia era separada da Arcádia por outra cordilheira. Ao sul, a Lacônia tinha acesso ao mar através de vários portos.

Como a Esparta se tornou uma potência militar?

Espartana surgiu como entidade política no século X aC, quando os invasores dórios conquistaram a população local e estabeleceram seu domínio. Os dórios eram um povo guerreiro que trouxe consigo uma nova cultura e língua. Eles dividiram a terra entre si e formaram uma classe dominante de cidadãos chamados espartanos. Os habitantes originais foram escravizados como hilotas ou reduzidos a um status subordinado como perioikoi.

A constante ameaça de rebelião por parte dos hilotas forçou os espartanos a desenvolver um rígido sistema militar e um modo de vida severo. Eles se dedicaram ao treinamento físico e à guerra e seguiram um código de honra e disciplina. Eles também criaram uma constituição única que equilibrava monarquia, aristocracia e democracia. O governo consistia em dois reis, que comandavam o exército e desempenhavam funções religiosas; um conselho de anciãos, que aconselhava os reis e julgava casos legais; uma assembléia de cidadãos, que votavam nas principais questões; e cinco éforos, que supervisionavam a administração e a educação.

O Sistema Social e a Constituição de Esparta

Quem eram os espartanos, perioikoi e hilotas?

A sociedade de Spartania foi dividida em três grupos principais: os espartanos, os perioikoi e os hilotas. Os espartanos eram os cidadãos plenos que tinham direitos políticos e obrigações militares. Eles possuíam terras, mas não trabalhavam nela; em vez disso, viviam em alojamentos comunais e comiam em refeitórios públicos. Esperava-se que eles servissem no exército até os 60 anos de idade. Eles usavam capas vermelhas simples e carregavam barras de ferro como dinheiro. Eles valorizavam coragem, lealdade e austeridade acima de tudo.

Os perioikoi eram os não-cidadãos livres que viviam em aldeias ao redor da Lacônia. Eram principalmente agricultores, artesãos, comerciantes e marinheiros. Pagavam impostos e forneciam bens e serviços aos espartanos. Eles não tinham direitos políticos, mas gozavam de alguma autonomia e prosperidade. Eles também serviram no exército como infantaria leve ou forças navais.

Os hilotas eram a população escravizada que trabalhava nas terras dos espartanos. Eles eram principalmente descendentes dos habitantes originais da Lacônia e da Messênia, outra região que a Esparta conquistou no século VIII aC. Eram tratados com severidade e brutalidade por seus senhores, que temiam sua revolta. Eles não tinham direitos ou liberdades e viviam em constante medo e opressão.Eles foram forçados a usar peles de animais e dar metade de seus produtos aos espartanos. Eles também foram submetidos à humilhação e violência anuais por parte dos jovens espartanos, que foram encorajados a matá-los como um teste de coragem.

Qual era o papel das mulheres na Esparta?

As mulheres na Esparta tinham um status e um papel diferentes das mulheres em outras cidades-estado gregas. Eles não estavam confinados à esfera doméstica, mas gozavam de um certo grau de liberdade e educação. Elas não participavam da política ou da guerra, mas administravam a casa e as propriedades na ausência de seus maridos. Eles também tinham o direito de herdar e possuir propriedades, o que era raro na Grécia antiga.

Esperava-se que as mulheres em Spartania fossem fortes, saudáveis e em forma, assim como os homens. Eles receberam treinamento físico e educação desde tenra idade e participaram de competições e festivais atléticos. Usavam vestidos curtos que expunham as pernas, o que era considerado escandaloso por outros gregos. Elas também tinham a reputação de serem francas e espirituosas, e frequentemente envolvidas em debates públicos com homens.

As mulheres na Esparta eram valorizadas por seu papel de mães de futuros guerreiros. Casaram-se relativamente tarde, por volta dos 18 ou 20 anos, com homens geralmente muito mais velhos. Eles tiveram que passar por um corte de cabelo ritual e se vestir como homens na noite de núpcias, o que visava facilitar a transição do celibato para o casamento. Elas foram encorajadas a ter tantos filhos quanto possível, especialmente meninos, que serviriam no exército. Eles também criaram suas filhas para serem fortes e independentes, e seus filhos para serem leais e corajosos.

Como os espartanos treinavam e lutavam?

Os espartanos eram famosos por sua habilidade militar e disciplina. Eles treinaram desde tenra idade para se tornarem soldados profissionais que viviam para a guerra. Aos sete anos, os meninos eram tirados de suas famílias e matriculados em um sistema educacional patrocinado pelo estado chamado agoge.Lá, eles aprenderam a ler, escrever, música, poesia e história, mas também suportaram duro treinamento físico, habilidades de sobrevivência, caça, furtividade e técnicas de combate. Eles viviam em quartéis comunais com seus pares, que formaram laços de amizade e lealdade ao longo da vida. Eles foram ensinados a obedecer ordens sem questionar, suportar a dor sem reclamar e lutar sem medo.

Os espartanos lutavam como hoplitas, soldados de infantaria fortemente armados que usavam capacetes de bronze, couraças, grevas e escudos. Eles carregavam longas lanças e espadas curtas como armas. Eles lutaram em uma formação compacta chamada falange, onde se moviam como uma unidade e se protegiam com seus escudos. A falange era uma tática eficaz que lhes dava uma vantagem sobre seus inimigos.

Os espartanos eram famosos por sua coragem e determinação no campo de batalha. Eles nunca recuaram ou se renderam, mesmo quando em menor número ou em desvantagem. Eles acreditavam que a morte em batalha era a maior honra para um guerreiro e que viver envergonhado era pior do que morrer. Eles tinham um lema: "Com seu escudo ou nele", significando que eles retornariam vitoriosos ou mortos.

A Ascensão e Queda de Esparta

Como a Esparta liderou a resistência grega contra a Pérsia?

No século V aC, a Esparta enfrentou seu maior desafio: a invasão do Império Persa, que era o maior e mais poderoso império do mundo naquela época. Os persas queriam conquistar a Grécia como parte de seu plano de expansão, mas encontraram forte resistência dos gregos, que valorizavam sua liberdade e independência.

Spartania desempenhou um papel crucial na liderança da resistência grega contra a Pérsia. Em 480 aC, uma pequena força de 300 espartanos liderados pelo rei Leônidas fez uma resistência heróica na passagem estreita das Termópilas contra um enorme exército persa liderado pelo rei Xerxes.Embora tenham sido subjugados por números absolutos, eles infligiram pesadas baixas aos persas e atrasaram seu avanço o suficiente para que os outros gregos preparassem suas defesas.

Em 479 aC, Espartana uniu forças com Atenas e outras cidades-estado gregas para formar uma frente unida contra a Pérsia. O general espartano Pausanias comandou um grande exército de hoplitas que derrotou os persas na batalha decisiva de Plataea, enquanto o almirante ateniense Temístocles liderou uma frota de trirremes que derrotou os persas na batalha naval de Salamina. Essas vitórias marcaram o fim da ameaça persa à Grécia e o início da idade de ouro da civilização grega.

Como a Esparta se confrontou com Atenas na Guerra do Peloponeso?

Após as Guerras Persas, Espartania e Atenas emergiram como as duas potências dominantes na Grécia. Eles formaram duas alianças opostas: a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, e a Liga de Delos, liderada por Atenas. As duas ligas tinham sistemas políticos, culturas e interesses diferentes, o que gerou conflitos e tensões.

Em 431 aC, Esparta e Atenas entraram em guerra por causa de uma disputa envolvendo seus aliados. A guerra durou 27 anos e envolveu quase todas as cidades-estado gregas. Foi uma luta longa e sangrenta que devastou a Grécia e mudou sua história para sempre.

A guerra teve três fases principais: a Guerra de Arquidâmia (431-421 aC), a Paz de Nicias (421-415 aC) e a Guerra Jônica (415-404 aC). A primeira fase foi um impasse, pois nenhum dos lados conseguiu obter uma vantagem decisiva. A segunda fase foi um breve período de paz, que logo foi interrompido por novas hostilidades. A terceira fase foi um desastre para Atenas, pois sofreu uma derrota humilhante na Sicília, uma revolta de seus aliados e um bloqueio de seu porto pelo general espartano Lisandro. Em 404 aC, Atenas rendeu-se à Esparta e perdeu seu império, sua democracia e sua glória.

Como Spartania perdeu sua hegemonia e independência?

A vitória da Esparta na Guerra do Peloponeso tornou-a a potência suprema na Grécia, mas também a tornou impopular e isolada. Muitos gregos se ressentiram de seu governo severo e de suas políticas conservadoras. Spartania enfrentou vários desafios e rebeliões de seus inimigos e aliados, como Tebas, Corinto, Argos e Atenas.

Spartania também enfrentou problemas e mudanças internas. Sua população diminuiu devido a baixas de guerra, infertilidade e emigração. Sua economia sofria de inflação, corrupção e dívidas. Sua sociedade tornou-se mais dividida e desigual, pois alguns espartanos acumularam riqueza e poder às custas de outros. Sua constituição foi minada por golpes, reformas e tiranias.

A queda de Spartania ocorreu no século IV aC, quando foi derrotada por Tebas nas batalhas de Leuctra (371 aC) e Mantinea (362 aC). Essas derrotas quebraram o domínio militar de Esparta e libertaram seus hilotas e perioikoi. A Esparta tornou-se um estado fraco e dependente, que acabou sendo conquistado pela Macedônia em 331 aC e por Roma em 146 aC.

O Legado e a Influência de Spartania

Como Spartania inspirou culturas e movimentos posteriores?

Spartania deixou uma impressão duradoura no mundo com sua cultura e história. Muitas culturas e movimentos posteriores admiraram e imitaram seus ideais de coragem, disciplina, patriotismo e simplicidade. Alguns exemplos são:

A República Romana, que adotou alguns aspectos da constituição e educação espartana.

O Império Bizantino, que usou táticas e símbolos espartanos em seu exército.

Os cruzados, que se viam como defensores da cristandade contra os invasores muçulmanos.

Os humanistas renascentistas, que elogiavam a arte, a literatura e a filosofia espartanas.

Os revolucionários franceses, que modelaram sua república após Esparta.

Os nazistas, que idolatravam Esparta como uma raça pura e superior.

Como a Esparta moldou a percepção moderna da Grécia antiga?

Espartania também influenciou como vemos a Grécia antiga hoje.É um dos aspectos mais populares e reconhecíveis da cultura grega, graças à sua representação na arte, literatura e mídia. Alguns exemplos são:

As obras de Heródoto, Tucídides, Plutarco, Xenofonte e outros historiadores antigos que escreveram sobre Esparta.

Os poemas de Tyrtaeus, Alcman, Pindar e outros poetas antigos que celebraram Esparta.

As estátuas de Leônidas, Chilonis, Licurgo e outros escultores antigos que representavam Esparta.

As pinturas de Jacques-Louis David, Benjamin West, Eugène Delacroix e outros artistas modernos que ilustraram Esparta.

Os romances de Steven Pressfield, Frank Miller, Valerio Massimo Manfredi e outros escritores contemporâneos que transformaram Esparta em ficção.

Os filmes de 300, Troy, Alexander e outras produções de Hollywood que dramatizaram Esparta.

Os videogames de God of War, Assassin's Creed, Total War e outras franquias populares que simulavam Esparta.

Como Spartania contribuiu para a arte, literatura e filosofia?

Espartania não era apenas um estado militar, mas também cultural. Produziu alguns dos melhores exemplos de arte, literatura e filosofia na Grécia antiga. Alguns exemplos são:

As estátuas de bronze dos guerreiros espartanos do Santuário de Artemis Orthia, que mostram rostos e corpos realistas e expressivos.

A cerâmica de figuras negras das oficinas de Esparta, que retratam cenas da mitologia, história e vida cotidiana.

As canções e danças corais dos festivais espartanos, compostas em vários metros e modos.

A poesia elegíaca e lírica de Tyrtaeus, Alcman e Telesilla, que expressava temas patrióticos, marciais e eróticos.

As obras em prosa de Xenofonte e Plutarco, que escreveram biografias e tratados sobre Esparta.

A filosofia de Chilon, um dos Sete Sábios da Grécia, que formulou a famosa máxima "Conhece a ti mesmo".

Conclusão

Espartania foi uma das civilizações mais notáveis da história. Foi uma cidade-estado que ganhou destaque por sua força militar e disciplina.Era uma sociedade que criou um sistema único de governo e educação. Foi uma cultura que inspirou e influenciou as gerações posteriores. Foi um legado que vive em nossa imaginação e memória.

perguntas frequentes

Qual era o nome da moeda espartana?

Os espartanos usavam barras de ferro como dinheiro. Eram pesados e inconvenientes de carregar. Eles também foram deliberadamente tornados inúteis ao serem mergulhados em vinagre. O objetivo era desencorajar o comércio e a acumulação de riqueza.

Qual era o nome do sistema educacional espartano?

O sistema educacional espartano era chamado de agoge. Era um programa patrocinado pelo estado que treinava meninos a partir dos sete anos de idade para se tornarem soldados. Também os ensinou a ler, escrever, música, poesia e história. Foi um regime duro e rigoroso que testou sua resistência física e mental.

Qual era o nome do legislador espartano?

O legislador espartano era Licurgo. Ele era uma figura lendária que foi creditada por estabelecer a constituição e os costumes de Esparta. Diz-se que ele viveu no século 9 ou 8 aC. Ele também teria viajado para Creta, Egito e Índia para aprender com suas leis e culturas.

Qual era o nome do grito de guerra espartano?

O grito de guerra espartano era "Awoo". Foi um som curto e alto que eles fizeram antes de entrar na batalha. O objetivo era intimidar seus inimigos e aumentar seu moral. Era também uma forma de se identificarem como espartanos.

Qual era o nome da polícia secreta espartana?

A polícia secreta espartana era chamada de krypteia. Eles eram um grupo de jovens selecionados entre os melhores graduados do agoge. Eles foram enviados para espionar e aterrorizar os hilotas. Eles foram autorizados a matar qualquer hilota que parecesse rebelde ou perigoso. 0517a86e26